O IMPÉRIO CONTRA-ATACA (por Vítor Hugo Terra)
Numa cama elástica, quanto mais procuramos o fundo, mais alto somos arremessados...
Não, não é nada intencional: o Fla não perdeu o Carioca intencionalmente. Nem se classificou "sofrivelmente" para as oitavas da Libertadores desejando isso... Andradre, Adriano, Patrícia - ninguém arquitetou tal coisa.
Trata-se de algo mais forte. Trata-se da Magia Vermelho-e-preta:
O Fla aparentemente morre. Torcedores de outras bandas saem de seu covil, cheirando a naftalina, prontos a dilacerar a carne rubro-negra. Essas hienas de felicidade efémera se aproximam do corpo inerte e silencioso. A fome deles tem origem no canibalismo, prática em que só se vale a pena comer a carne de campeões na crença de que se tornarão campeões também!
Ledo engano o dessa pobre gente desdentada e faminta de títulos!
Num segundo, o Gigante se ergue. Ele apenas dormia. Melhor dizendo: tirava um cochilo. Até os Campeões merecem descansar.
E as hienas cor de arco-íris correm como podem para não serem pisadas pelo imponente Gigante Carioca.
É assim essa Libertadores. O Fla apenas chamou o público do contra para assistir ao Espetáculo que está por começar. E isso não foi intencionalmente, como eu disse. Isso é a Tradição Rubro-negra, a sua Essência Superadora, a sua Alma Secular.
Neste momento sinto o mesmo arrepio de momentos antes de Pet bater aquela falta clássica contra o Vasco naquele Estadual de outrora.
O mesmo arrepio que se tornou frequente no Brasileirão 2009 a partir do jogo com o Palmeiras.
Meu coração rubro-negro pulsa e me diz que o melhor está por vir!
